sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Exame Ginecológico



O exame ginecológico é um dos mais importantes exames para a saúde da mulher. É normal que existam medos e ansiedades para a sua realização.  O exame é simples, e tem reduzido as mortes por câncer de colo de útero em 70 %, desde sua criação pelo Dr. George Papanicolau em 1940. O sucesso do teste é porque ele pode detectar doenças que ocorrem no colo do útero antes do desenvolvimento do câncer. O exame não é somente uma maneira de diagnosticar a doença mas serve principalmente para determinar o risco de uma mulher vir a desenvolver o câncer. Ele consiste em avaliar a parte da genitália interna e externa d­­­­­­o sistema reprodutor feminino. A genitália externa é chamada de vulva, é formada pelo monte púbico, lábios maiores, lábios menores, clitóris, introito vaginal, orifício uretral e glândulas de Skene e de Bartholin.
·         Lábios Maiores: “Os lábios externos da vulva, ou lábios maiores, são duas dobras arredondadas de tecido adiposo que se estendem desde o monte púbico até o períneo”.
·         Lábios Menores: “os lábios internos da vulva são chamados lábios menores. As partes ântero-lateral e medial juntam-se para formar o prepúcio ou capuz, as dobras de pele que recobrem o clitóris”.
·         Clitóris, Vestibulo e Abertura uretral: “ o clitóris é um órgão pequeno e protuberante localizado logo abaixo do arco do monte púbico. O clitóris está entre os lábios menores na parte superior do vestíbulo, que contém as aberturas uretral e vaginal. A abertura uretral é uma fenda abaixo de clitóris


A genitália interna inclui a vagina, o útero, os ovários e as tubas uterinas (trompas de falópio).
·         Vagina: “A vagina, um tubo muscular altamente elástico, localiza-se entre a uretra e o reto. A vagina é a via de passagem do parto e da menstruação.
·         Útero: “ o útero, um órgão muscular pequeno, firme com formato de pêra localiza-se entre a bexiga urinaria e o reto e normalmente está posicionado em ângulo de 90°. O colo uterino (istmo) une o fundo a cérvice, a porção uterina se estende para o interior da vagina. A cérvice contém glândulas mucossecretoras que ajudam na reprodução e protegem o útero contra agentes patogênicos”.
·         Ovários: “Um par de órgãos ovais com cerce de 3cm de comprimento, os ovários normalmente são encontrados próximos a parede pélvica lateral, na altura da espinha ilíaca anterossuperior”.
·         Tubas uterinas: “As duas tubas uterinas ligam-se ao útero. Formados por fibras musculares, apresentam projeções digitiformes, chamadas fímbrias, nas terminações livres que circundam particularmente os ovários”.
O exame dará início a partir da anamnese que deverá ser realizada em ambiente confortável, que proteja a privacidade da mulher. Deve-se evitar apressá-la para que não se perca detalhes importantes. É interessante que se utilize termos que a mulher compreenda, e que os termos técnicos sejam explicados. A anamnese engloba a história do sistema reprodutor com informações como: data da menarca (primeira menstruação), frequência do ciclo menstrual, DUM (Data da Ultima Menstruação), data do ultimo exame citológico, uso de anticoncepcionais, ingestão de bebidas e fumo e queixa principal (dor, descarga vaginal, sangramento uterino anormal, prurido, infertilidade). Deve-se centralizar a atenção nas queixas atuais, e explorar o psicossocial e o histórico familiar, considerando se ela ou alguém na família teve anteriormente problemas reprodutores, hipertensão, diabetes Mellitus (incluindo o Diabetes Mellitus Gestacional), obesidade, cardiopatia ou cirurgia ginecológica. A conversa também deve está voltada a outros problemas físicos e psicológicos realizando assim, uma abordagem holística, levando em consideração que os problemas do sistema reprodutor podem afetar outros aspectos da vida da mulher, incluindo sua autoimagem e seu bem-estar em geral. É fundamental saber se a mulher é sexualmente ativa, se tem relações com mais de um parceiro, e quando foi à última relação. Se a mulher tiver mais de 40 anos é necessário, investigar um possível início da menopausa, fazendo perguntas como: se apresenta dor durante a relação? Se ela tem lesões externas ou prurido? Se apresenta descarga vaginal anormal?
Após essa etapa, é importante que se explique como se dará o procedimento seguinte, levando em consideração que muitas mulheres ficam ansiosas, quando submetidas ao exame, outras sentem-se desconfortáveis ou envergonhadas por exporem os órgão genitais, também sentem medo por falta de conhecimento sobre o exame ou em virtude de experiências dolorosas. Antes de iniciar a avaliação, os equipamentos e suprementos necessários são reunidos, incluindo luvas, vários tipos e tamanhos diferentes de espéculos, lubrificantes, pinça de Cheron, espátula de Ayres, escova para coleta de endocérvice, lâmina de microscópio, fixador citológico. Dando seguimento realiza-se a inspeção da genitália externa, na posição de litotomia, os calcanhares devem ser fixados de maneira segura nas perneiras e os joelhos devem permanecer confortavelmente nos suportes de joelho, caso estes sejam usados. Os suporte devem estar ajustados para os pés ou joelhos de maneira que as pernas sejam separadas igual e confortavelmente, assim como equilibradas de maneira simétrica. As nádegas da mulher devem estender-se 6,5cm além da borda da mesa. Como essa posição é precária, deve-se ajudá-la, orientado como deve se posicionar, permitindo que ela tenha tempo suficiente para senti-se pronta para o exame. Os quadris e os joelhos vão permanecer fletidos e as coxas abduzidas. A privacidade e o uso de um lençol para cobrir adequadamente o corpo da mulher para passar a sensação de segurança. A colocação do lençol na parte inferior do abdome dela permite-a estabelecer contado visual com o examinador durante o exame. Se a mulher preferir não ser coberta com um lençol, sua opção deverá ser respeitada. É interessante descrever o que ela irá sentir para ajudá-la a relaxar. Por exemplo, ela sentirá a parte interna da coxa sendo tocada, a seguir os grandes lábios, depois um dedo levemente na abertura vaginal, pressionando o músculo na parede vaginal inferior. É normal que a cliente contraia esse músculo se estiver tensa, neste caso é fundamental que a mulher receba dicas de como poderá relaxar inspirando de maneira lenta e profunda pelo nariz, expirando pela boa e concentrando-se na respiração regularmente para relaxar o músculo. O examinador deve informar a cliente que a avaliação demora poucos minutos e que ele irá avisá-la sobre o que ela deverá esperar em cada etapa. Além disso é importante que o examinador tenha consciência de que palavras e ações gentis podem acalmá-la, enquanto movimentos bruscos podem assustá-la. Se o examinador for do sexo masculino, uma assistente do sexo feminino deve estar presente durante o exame, para dar conforto emocional a cliente e para a proteção legal do examinador. Ao exame, afastam-se delicadamente os lábios maiores, e observam-se os lábios menores, que devem estar rosados e úmidos, exceto em mulheres gestantes. Na palpação externa, que da seguimento ao exame, os lábios menores apresentam consistência mole, deve realizar a palpação evidenciando alguns achados como, edema, endurecimento ou aumento da sensibilidade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário